Diz-se que certo dia, na margem de um lago solitário e tranquilo, se encontraram os quatro elementos: o Fogo, o Ar, a Água e a Terra. «Há quanto tempo não nos encontrávamos!», disse o Fogo, cheio de entusiasmo.
«É verdade», disse o Ar. «À custa de tanto pretendermos construir formas e mais formas, tornamo-nos escravos da nossa obra e perdemos a liberdade.».
«Não te queixes», disse a Água. «Estamos a obedecer às leis divinas, e é um prazer servir a Criação. Por outro lado, não perdemos a nossa liberdade. Tu, Ar, corres de um lado para o outro quando queres. Tu, Fogo, entras em toda a parte, servindo a vida e a morte. Eu faço o mesmo...».
«Afinal, só eu me deveria queixar!», disse a Terra. «Estou sempre imóvel, e, mesmo contra a minha vontade, dou voltas e mais voltas, sem descansar no mesmo espaço.».
Mas, de comum acordo, resolveram alegrar-se pelo facto de estarem juntos, o que raramente acontecia. Cada um deles contou o que havia feito durante a sua longa ausência, as maravilhas que tinha visto, o que havia construído ou destruído. Todos se orgulhavam pelo facto de terem feito com que a Vida se manifestasse nas mais variadas formas.
Mas... no meio de tão grande alegria, existia uma nuvem: O HOMEM! Esse abusava de todos eles, fazendo com que muitas vezes se perdessem no seu percurso. No entanto, essa nuvem dissipou-se e a alegria voltou a reinar entre os quatro irmãos. Pensaram então em deixar uma recordação que eternizasse a felicidade daquele encontro. Alguma coisa que, sendo composta de fragmentos de cada um deles combinados de forma harmoniosa, fosse também a expressão das suas diferenças. Algo que servisse de símbolo e exemplo para o homem. Depois de muito pensarem, os quatro disseram:
«E se construíssemos uma planta cujas raízes estivessem no fundo do lago, com o caule na água e as folhas e flores fora dela?...».
A ideia pareceu-lhes boa. A Terra ofereceu-se para alimentar as suas raízes. A Água prontificou-se a fazer crescer a sua haste. O Ar disponibilizou as suas melhores brisas para tonificar a planta. E o Fogo deu todo o seu calor para que a flor tivesse as mais formosas cores.
Fibra sobre fibra, construídas as raízes, as hastes, as folhas e as flores, os quatro irmãos terminaram a sua obra. Entretanto, o Sol nasceu e abençoou a planta, saudando-a como se fosse uma rainha.
Quando os quatro elementos se separaram, a Flor de Lótus brilhava no lago, exibindo perante o olhar dos humanos a sua beleza imaculada...
Foi assim que a semente da Iluminação passou a estar presente no mundo sob a forma de uma simples flor. Esta existirá enquanto houver condições para que a sua vida orgânica se desenvolva.
A nossa missão aqui na Terra (e a grande dificuldade) é conseguirmos sair do lodo, como o lótus. Mas temos o dever de nos limpar, de nos purificar, e devemos, acima de tudo, acreditar que somos capazes de o fazer.
Desconheço o autor
Namasté...
1 comentário:
Olá,
Linda fabula, adorei!!!
abç de luz
MYS
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