
Quanto mais queres que a dor passe, mais forte ela fica, quanto mais tu pensas, mais dói, pois o teu foco mental está ali na dor, sem aceitar vivenciá-la.
A dor fica cada vez mais forte porque sabe que só assim, mais cedo ou mais tarde, será tão insuportável que terás mesmo de vivenciá-la.
Quanto eu te digo para sentires, apenas prolongo o efeito da dor no teu coração. Apenas faço com que fiques ali, a sentir a dor que se prolonga, e tu ali, a sentir a dor, a sentir, a perceber que é sempre igual, a dor é forte mas sente-se sempre igual, com a mesma intensidade.
E ficas ali, a sentir a dor, a sentir a dor.
Vai chegar uma altura em que, de tanto sentir a dor, a mesma se torna monótona.
A tua cabeça, ao percepcionar a monotonia e a aceitação, vai voar para outras direcções.
Vai trazer-te pensamentos, visões, o que for, mas o certo é que o foco deixou de estar na dor.
Enquanto os pensamentos vão e vêm, a dor toma agora o lugar de uma navegadora solitária, distante e muito pouco constrangedora.
Aceitei a dor, deixei de a sentir.
Recusei a dor, cada vez ela dói mais.
Este é o ensinamento e este ensinamento serve para a dor, mas serve também para todos os assuntos que nos custam a enfrentar.
Esta dualidade de aceitar vivenciar o que não se tolera é um grande impulso para o desmembramento da energia kármica.
Alexandra Solnado
Namasté...
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