Talhaste-te em mim
Medo incompreendido, vazio...
Compasso de querubim
Coração escorregadio,
A voz embargada:
No fado, no metal
A dor afogada,
Em choque frontal.
No ar cheira a sangue
O meu sangue espalhado
Um sentimento penetrante
Um sonho mal sonhado...
Vivo presa nesta cadeia
De figurinos tão estranhos
Quem me ama? Quem me odeia?
A tudo e todos questionamos...
Nesta peça de novela:
Rindo agora, depois chorando,
Sopra de nortada a vela
No vento me vou lamuriando
No mar as ondas são meus sorrisos
Na areia aqueço o meu Ser
Teus braços tão esquivos
Libertando ondas de prazer!
Sobre a noite, presa sem luar
Entre a vassoura e a roupa estendida
As estrelas vêem-me chorar
Sou para elas Madalena Arrependida...
Resolvi rodar a mesa
Acabar com noites de solidão
E com enorme destreza
Á solidão gritei: NÃO!!!
Assim dediquei-me a mim
Basta!, contentar quem me rodeia
Já me cansei se ser assim
Porque estou sempre na plateia
Quando devia ser a Actriz.
A actriz da minha existência
A qual existe por um triz
Agora já declarei Independência
Agora vou ser Feliz!
Claudia Carola
http://simplesmente_carola.blogs.sapo.pt/
Namasté...