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Educação emocional para crianças
Todo ser humano é um universo de possibilidades. Ter um filho ou trabalhar com crianças, é ter nas mãos uma responsabilidade que vai muito além da educação formal, de ensinar normas básicas de convívio social.
"A criança é como uma esponja: absorve informações e reproduz o que vê ao seu redor.
"Como muitas vezes as pessoas responsáveis por ela não se dão conta de suas angústias, de seus sentimentos, os pequenos não estão preparados emocionalmente para verbalizar o que sentem.
Incentivar as crianças a falar sobre seus sentimentos é algo que deveria ser praticado desde o momento em que elas conseguem compreender conceitos como alegria, medo, tristeza, raiva, ciúmes.
Sentimentos que podem ser facilmente percebidos pelos adultos que as rodeiam, mas que usualmente deixamos passarem.
Como fazer, então para que os pequenos possam, desde cedo identificar seus sentimentos e lidar melhor com eles?
Em primeiro lugar, devemos ter consciência de que o que uma criança vive pode não parecer nada para um adulto, mas para ela, em seu universo, é de extrema importância, é real.
São esses sentimentos e sensações muitas vezes desprezados por seus responsáveis que farão dela um adulto mais ou menos equilibrado. Portanto, merecem toda a atenção.
A criança tem uma capacidade de compreensão muito mais aguçada do que podemos imaginar e, em sua linguagem, devemos estar prontos para o diálogo.
Ao acordar à noite, com medo da bruxa ou do lobo mau, a criança menor (até 4 anos de idade), está tentando dizer que algo a atemoriza. Ela usa o conto de fadas para enviar essa mensagem. Um erro é tentar provar para a criança que a bruxa não existe, nem o lobo, nem o monstro. Seria o mesmo que dizer a ela que seus medos não existem, seria desdenhar sua angústia. Ela não consegue colocar em palavras e desconhece, na verdade, que seu temor pode ser a possibilidade da perda da protecção de seus pais, por exemplo. Melhor será ajudá-la a ter certeza de que esses "predadores" não estão em casa, abrindo portas, olhando debaixo da cama junto com ela, procurando algum esconderijo possível. E, então, acolhê-la nos braços e dar a ela a segurança que procura, esperando que adormeça no conforto de sua protecção.
Ao ficar um pouco mais velha, a criança terá alguns conceitos mais definidos. Mas precisará do incentivo para não apenas falar sobre suas emoções, mas para perceber que ela mesma tem recursos internos para buscar ajuda ou até resolver por ela mesma as questões que as afligem.
Aqui ficam duas dicas para desenvolver em seus filhos a percepção das emoções e encorajá-los a pensar e a falar a respeito.
Procure ou invente uma historia que tenha situações passíveis de serem vividas por seu filho, em que os personagens possam ser parecidos com os da vida real.
Escolha uma emoção que possa estar presente na história (Por exemplo: raiva ou tristeza porque um dos personagens não foi convidado para uma festa).
No fim da história, pergunte ao seu filho: se fosses tu, como te sentirias se não fosses convidado para a festa? Ou como é que te sentirias se alguém quebrasse seu brinquedo? Ou como seria ter viajado com teu amigo?
Continue questionando: O que você faria se estivesse no lugar do personagem? Teria outro jeito de resolver a situação?
Faça com ele uma lista de possibilidades para aplacar a angústia do personagem, de forma lúdica. Tenha a certeza de que essa "brincadeira" estará fornecendo a ele subsídios para que aprenda a lidar melhor com os próprios sentimentos, a falar sobre eles e a buscar ajuda.
Procure sempre saber como foi o dia de seu filho.
Quando ele lhe contar algum fato ocorrido na escola, por exemplo, faça com ele o exercício de se colocar na situação.
Investigue como ele se sentiria se estivesse no lugar do colega, o que poderia ser feito para solucionar a questão, de forma que fosse melhor para todos os envolvidos. Sugira também outras alternativas, para que ele perceba que existem muitas saídas para um mesmo problema.
Uma criança emocionalmente bem desenvolvida torna-se um adulto mais capaz de enfrentar e solucionar suas dificuldades.
Tenha sempre em mente que você pode aprender muito com seus filhos!
Celia Lima
Psicoterapeuta Holística, utiliza os florais e técnicas da psicossíntese como apoio ao processo terapêutico.
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